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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A Contribuição da Escola Psicanalítica ao Processo Pedagógico

"O trabalho da Educação é algo sui generis: não deve ser confundido com a influência psicanalítica e não pode ser substituído por ela"

(Freud, 1976 p.342)

“Um dos motivos da ampla influência da psicanálise é que seu autor a desenvolveu em duas vertentes: no estudo do psiquismo (o conjunto de processos mentais conscientes e inconscientes) e no do método terapêutico. Portanto, ao mesmo tempo que abre caminho para um profundo conhecimento do ser humano, essa ciência tem noção dos limites e das dificuldades de sua aplicação como cura ou solução”.

A possibilidade de viver o sofrimento psíquico com um Outro, para poder, gradativamente, se apropriar dos meios de suportá-lo e de transformar a si mesmo, nas dificuldades que crianças e adolescentes encontram atualmente em se engajar em qualquer atividade escolar que exija autonomia (estudar para avaliações, realizar deveres de casa), divisão de tarefas (trabalhos em grupo) e disciplina (comportamento em sala de aula, respeito às autoridades). os efeitos experimentados por estes sujeitos (alunos) diante desta inoperância da função paterna no âmbito da família se traduzem nas mais diversas manifestações de fracasso escolar Enfim, o fracasso se faz presente em todas as atividades escolares que exigem destes sujeitos (alunos) autonomia, divisão de tarefas, disciplina e responsabilidade do sujeito. De acordo com esta nossa orientação podemos então dizer que o fracasso escolar pode ser compreendido como uma das novas modalidades de sintoma de uma cultura marcada pelo fracasso da função paterna.

"Nenhuma das aplicações da psicanálise excitou tanto interesse e despertou tantas esperanças (...) quanto seu emprego na teoria e na prática da educação"

(Freud, 1925).



Assim sendo, a Psicanálise não pode fazer o papel da Educação e não pode ser considerada salvação para todos os problemas educacionais, mas sim, auxiliar no maior conhecimento do funcionamento psíquico e inconsciente dos sujeitos envolvidos nesse processo.

Sob este ponto de vista, as questões inconscientes que permeiam a relação triangular professor/aluno/objeto de conhecimento remetem ao campo transferencial. É por efeito da transferência que o aluno se identifica ao professor, fator fundamental para que haja aprendizagem. Ainda sob a influência da teoria psicanalítica, esse educador poderá tomar consciência de seu papel e da importância da transferência na relação e adotar uma postura reflexiva quanto ao exercício de sua função de educar. Ao professor caberia o lugar de poder, onde atuará como mediador entre o aluno e o conhecimento.

Segundo Millot (MILLOT,C. in Freud antipedagogo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987.), Freud, com conhecimento de causa, afirmava que era preciso incluir a Psicanálise entre as profissões impossíveis, ao lado da Educação e da arte de governar. As três repousam sobre os poderes que um homem pode exercer sobre o outro, mediante a palavra, e as três encontram os limites de sua ação, no fato de que não se submete o Inconsciente - pois é ele que nos sujeita (1987, p.151).

Quer se entender como uma criança? Leia-se Piaget. Quer-se entender o que é que sente uma criança, ou por que é agressiva? Leia-se Freud.

http://ilainehoffmann.vilabol.uol.com.br/freudedu.htm - acesso 13/10/09

http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-inicial/sigmund-freud-explorador-mente-450824.shtml acesso 13/10/09

http://www.youtube.com/watch?v=o4l3LzKsHJg acessado em 13/10/09

Referências Bibliográficas:

Psicanálise e Educação: de que tratou Freud.... Antonio Mamede-Neves|Maria Apparecida Campos Mamede-Neves.

Uma Introdução à Psicologia da Educação, Maria Luiza Silveira Teles

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